FELINTO ELÍSIO DE OLIVEIRA AZEVEDO
JOSÉ OZILDO DOS SANTOS
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uma das maiores expressões políticas do Seridó potiguar. Homem íntegro,
dedicado à causa pública, Felinto Elísio nasceu a 29 de novembro de 1852, na
Fazenda ‘Sombrio’, município de Jardim do Seridó. Filho do
casal Manoel Ildefonso de Oliveira Azevedo e Teresa Florindo de Jesus, pelo
lado paterno, era bisneto do Antônio de Azevedo Maio, patriarca da família
Azevedo, na região e fundador da fazenda ‘Conceição’, núcleo
inicial da cidade de Jardim do Seridó.
FELINTO ELÍSIO, NA JUVENTUDE
Iniciou sua carreira política aos dezoito anos de
idade, assumindo a chefia do Partido Conservador no município de Jardim do
Seridó, em substituição ao seu pai, que transferiu-se para a cidade paraibana
de Campina Grande, com porte da família. Eleito membro do Conselho da
Intendência (1877-1884), administrou o município de Jardim do Seridó,
de 1878 a 1880, em substituição ao Padre João Avelino de Albuquerque
Silva.
Prestigiado em seu partido, elegeu-se, deputado
provincial por duas legislaturas. E, proclamada a República, assumiu a chefia
política do município de Jardim do Seridó, de cuja liderança somente
foi destituído pela Revolução de 1930. Membro do Conselho da Intendência
Municipal, administrou sua cidade natal, nos períodos de 1894-1896, 1905-1907,
1908- 1910, 1911- 1913 e 1914-1916, quando passou o cargo ao Dr. Heráclito
Pires Fernandes, seu amigo e correligionário.
FELINTO ELÍSIO, NA VELHICE
Eleito deputado estadual por várias legislaturas,
presidiu a Assembléia Legislativa Estadual e na condição de Vice-Governador, o
Coronel Felinto Elísio administrou interinamente o Rio Grande do Norte, por
duas vezes. E, até o presente, foi o único filho de Jardim de Seridó a governar
seu Estado.
Em sua terra natal, Felinto Elísio ocupou as mais
variadas funções públicas. Capitão da antiga Guarda Nacional (02-01-1877), foi
distinguido com a patente de Coronel, por decreto datado de 23 de janeiro de
1893, assinado pelo Marechal Floriano Peixoto, Vice-Presidente da República, em
exercício.
Homem de grande cultura jurídica, ocupou o cargo de
Promotor Público da Comarca de Jardim do Seridó, no período de 1886
a 1890. Registra Antídio de Azevedo, que o Coronel Felinto Elísio quando
moço, “era tido como um dos rapazes mais elegantes de sua terra” e “era
um homem que lia multo, tendo um vasto conhecimento na atualidade de então.
Tinha uma agradável palestra e de palavras fáceis, porém, gago. Tomou-se,
portanto, um homem ilustre, considerado grande sabedor da história política da
Província e do Estado”.
FAZENDA SOMBRIO, ANTIGA PROPRIEDADE
DE FELINTO ELÍSIO, EM 1923
Figura das mais ilustres da política
norte-riograndense durante a Primeira República, Felinto Elísio foi uma das
vítimas da onda de violência, levada a cargo pelo Governo Mário Câmara, no
Estado. Em 1935, numa visível demonstração de abuso de autoridade e poder, o
delegado Francisco Efraim, a serviço do ódio partidário, invadiu a residência
do velho patriarca, na fazenda ‘Sombrio’, espancando-o e
prendendo-o, simplesmente pelo de ser um dos opositores ao Governo Estadual,
naquele município.
Iniciado o processo de reconstitucionalização do
país, filiou-se as hastes do Partido Popular, fundado e dirigido no Estado por
José Augusto e, em seu município, contribuiu fortemente para a vitória dos
candidatos populares à Assembléia Estadual Constituinte (1935), responsável
pela eleição do sucessor do Interventor Mário Câmara.
Durante mais de meio século, o Coronel Felinto
Elísio fez política e foi um autêntico representante de seu povo. Em Jardim do
Seridó, onde viveu toda a sua vida, possuía grandes laços de amizade e gozava
da mais alta estima por parte de seus conterrâneos, que, ouviam sua palavra,
acatavam e seguiam seus conselhos. Na condição de homem público, “participou
como elemento de conselho e decisão de todos fotos relevantes da vida política
da tetra potiguar”.
Casado em primeiras núpcias com a senhora Noenísia
Amélia Cunha de Azevedo, enviuvando, contraiu novo matrimônio com Verônica
Cunha de Azevedo, irmã de sua falecida esposa. De ambas uniões, nasceram 16
filhos.
Administrador probo, realizou em Jardim do Seridó
grandes obras, voltadas para o melhoramento das condições de vida de seus
munícipes. Herdeiro natural das tradições seridoenses, Felinto Elísio de
Oliveira Azevedo faleceu no dia 11 de abril de 1944, aos 92 anos de idade, mas
inteiramente lúcido. Seu corpo, acompanhado por uma
grande multidão, foi conduzido e sepultado no Cemitério Público de
Jardim do Seridó, de cuja cidade, foi um de seus mais ilustres filhos.
FONTE – CONSTRUINDO A HISTÓRIA